segunda-feira, 5 de julho de 2010

Israel divulga hoje lista de produtos com entrada livre em Gaza

DA ASSOCIATED PRESS

O governo de Israel divulgará nesta segunda-feira a nova lista reduzida de produtos e bens de consumo embargados para a entrada na faixa de Gaza, oficializando o alívio ao bloqueio imposto ao território palestino desde 2007, quando o grupo islâmico Hamas tomou o controle.

As novas regras foram aprovadas pelo governo israelense em 20 de junho passado, em resposta à pressão internacional para que Israel aliviasse o bloqueio depois do ataque contra uma frota que tentava furar a medida para levar ajuda humanitária. O ataque, em 31 de maio, deixou oito turcos e um turco-americano mortos.

A nova lista vai ser divulgada na véspera do encontro entre o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington --que deve discutir não só o bloqueio, como a atual estagnação das conversas indiretas de paz com os palestinos.

O presidente Obama já afirmou publicamente que o bloqueio é insustentável e pediu para que fosse significativamente reduzido. Outros líderes internacionais pediram para que fosse completamente retirado.

Membros do governo, que falaram à agência de notícias Associated Press em caráter de anonimato, anteciparam que Israel permitirá a entrada de praticamente todos os bens de consumo, encerrando o bloqueio criticado internacionalmente como arbitrário e excessivo. Israel argumenta que o bloqueio visa a impedir a entrada de armamentos e explosivos, que são usados por militantes do Hamas para lançar ataques contra o território israelense.

Israel mantém, contudo, a proibição da entrada de materiais de construção, indispensáveis para a reconstrução das casas destruídas na ofensiva israelense contra Gaza, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

Segundo as fontes citadas pela Associated Press, produtos como ferro, aço, blocos de cimento, fertilizantes, produtos químicos, materiais de construção e carros transportando esses itens só entrarão no território sob supervisão de Israel e para uso em projetos internacionais.

Israel ainda é reticente sobre esse tipo de material, que poderia ser utilizado pelos militantes para fabricar bunkers e mísseis.

Uma das dúvidas sobre a nova lista é se Israel permitirá a importação de matéria-prima para o setor manufatureiro de Gaza, que foi duramente atingido pelo bloqueio. Não se sabe ainda se as empresas de Gaza poderão voltar a exportar, o que causou uma devastação na economia de Gaza, além da redução de milhares de postos de trabalho.

Sob as regras do bloqueio, Israel permitia a entrada de apenas algumas dezenas de tipos de produtos, incluindo remédios e alimentos. Os cerca de 1,5 milhão de habitantes da pequena faixa territorial tiveram então que se adaptar com uma vida de poucos bens e a adquirir muitos produtos essenciais por meio dos milhares de túneis de contrabando ligando Gaza ao Egito --e que são alvos constantes de bombardeios israelenses.

Segundo as informações antecipadas pela agência, as restrições de viagem continuarão a confinar os palestinos ao território.

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